2 de junho de 2013

Textos Literários #1

Boa tarde pessoal.
Hoje recebi via Facebook um texto que achei muito interessante e resolvi compartilhar com vocês. Espero que gostem e que ele sirva também como base para jovens leitores que querem um dia se tornar escritores. (Quem Nunca?!).



Ao aspirante a escritor - Por Rinaldo de Fernandes (Escritor e professor de literatura da Universidade Federal da Paraíba).

Três recomendações — e não receitas — ao jovem leitor que pretende escrever. Primeira: é evidente que o escritor, qualquer que seja, aprende o que é literatura lendo, tendo contato com os bons e os grandes autores. Um contista que escreve no Brasil, por exemplo, além dos mestres do gênero (Tchekov, Maupassant, Poe, Mansfield), não deve deixar de ler Machado de Assis, Dalton Trevisan, Clarice Lispector, Rubem Fonseca. Um poeta não deve desconhecer Mallarmé, Pound, Pessoa, Drummond, Cabral, Bandeira. Segunda: a leitura dos grandes mestres deve ser feita pelo critério da qualidade — e não pelo da quantidade. Ler bem é ler com toda a atenção possível. É ler com o corpo. É ler para entender e não para mostrar que sabe, para exibir conhecimento literário. Ler para entender é bem diferente de ler para lembrar. Quem apenas lembra da obra que leu se fixa em aspectos periféricos do texto. Faz leitura superficial. Daí a releitura ser, não raro, uma exigência para quem deseja um maior preparo. É o modo principal de aprofundamento. Poderá desanimar o espírito, por outro lado, a (falsa) ideia de que temos que ler “toda a obra” do autor, tarefa mais apropriada ao pesquisador ou mesmo ao leitor compulsivo, que lê de um tudo (mas que, ligeiro, tende a ter ganhos menos consistentes com suas leituras). A escolha de determinada obra de um autor consagrado poderá ser — ou já é! — um passo indispensável para a boa leitura. Ler bem essa obra, aproveitando-a ao máximo, é melhor do que passar os olhos em todos os livros do autor, retendo pouco ou nada deles. É melhor ler bem, com empenho, com grande interesse, Dom Casmurro do que virar as páginas de todos os romances de Machado de Assis. Terceira: Paixão. Há que ter paixão pelo texto. Um leitor de muitos livros — um leitor da quantidade —, por mais paradoxal que pareça, pode não ser um leitor apaixonado. O leitor verdadeiramente apaixonado é o que se aprofunda, que busca a qualidade e os múltiplos sentidos da obra. A paixão decorre da grande descoberta, do mergulho nesses sentidos. Decorre de um olhar vertical na obra.


A fonte do texto: Gazeta do Povo - Jornal Rascunho. Lá podemos encontrar vários textos sobre a literatura Brasileira e obras de muitos escritores, incluindo também entrevistas, ensaios, resenhas, HQs e etc. Ou seja, para quem gosta é um prato cheio.

• E um agradecimento enorme a Drª Fátima Duques que me enviou o texto. •


4 comentários :

  1. Lindo texto,
    concordo plenamente ler para entender é bem diferente ler para lembrar... Amo ler e sempre busco entender aquilo que estou lendo. Se não entendo releio várias vezes se preciso.

    http://soubibliofila.blogspot.com.br/

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  2. Oi, tudo bom? Espero que sim.
    Primeiro devo dizer que adorei seu blog, sério. Muito legal mesmo. É sempre bom conhecer blogueiros e ler coisas tão legais. Continue assim, ok? Estou seguindo e sempre que der passarei por aqui. Gostei mesmo!


    Ah, também tenho um blog literário. Passa por lá depois. Quem sabe você não gosta do meu espaço? Ficaria agradecido, é claro!

    Um abração,
    Igor Gouveia.
    http://www.diariodebordodeumleitor.com/

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  3. Eu acho muito triste os que odeiam ler, adorei seu texto =D

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    Respostas
    1. Obrigada Camila. :)
      É realmente triste não gostar de algo tão fascinante.
      Beijos

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